Entendo que desejo sua amizade e
não posso tê-la.
Entendo que existe quem precise
mais.
Não quer dizer que não necessito,
Quer dizer que entendo.
Acredito no amor, na amizade e
acima de tudo em Deus,
Sei que existe um lugar lá no
fundo,
Lá no fundinho de seu coração,
Coração este que permanecerei.
Faz parte de minha vida.
Tempo, distância, isso tudo se
torna insignificante perante o imenso amor,
A grande amizade que nutre meu
ser.
Porém entendo não ser o momento,
Entendo não ser hora, nem agora,
Porém não deixo de sangrar.
Quero estar perto,
Compartilhar todos os momentos,
Porém entendo.
Sinto que onde estiver estará
comigo e eu contigo.
Pretensão pode até ser, mas eu
entendo.
Pergunto então a Deus:
Por que tem que ser assim?
Por que se é tão puro?
Um silêncio se instala e a dor
contínua
Dilacera este pobre coração
E ainda sim, ele entende.
Subo a escada a sua procura,
A procura de um olhar, de um
sorriso.
Sinto que sente o mesmo, mas há
algo além.
Além de minha sabedoria.
Essas intempéries do destino
Que hora me fazem acreditar
Hora desacreditar
No amor, na amizade e na vida.
Volto a perguntar a Deus:
Por que sofro tanto, se só tenho
amor a oferecer?
Por que sou merecedora de tanta
dor?
Explica-me, senhor!
Tão logo, no silêncio que se
instala, antes movida pela dor,
Vem a resposta com aceitação. Eu
entendo!
Entendo o porquê não sou e quando
serei,
Serei sim, merecedora de sua
amizade,
Amizade com o amor puro e
sincero,
Que num passado não tão distante,
joguei fora.
Por orgulho, vaidade, quem sabe?
Entendo que hoje será o sacrifício
de um passo mal dado
Amanhã um recomeço onde seremos
merecedores de tamanha amizade,
Amizade no sentido mais profundo
e verdadeiro.
Apesar de entender, peço-lhe
senhor: Dai-me sabedoria!
Porque entender eu já entendo.
Carla Ferreira